23 novembro, 2006

O Profissional Desiludido


O estrondo o ensurdecia. Mas era preciso continuar correndo. Não eram todos os dias nos quais aqueles barulhos o incomodavam tanto, mas suas suscetibilidades surgiram e estavam um tanto abaladas pelos últimos acontecimentos. Todos os dias os tambores soavam, a sentença era lida em um alto-falante, o alto-falante virava comparativamente um ruído, vinha o mais baixos dos sons e, finalmente, isto nunca o havia incomodado. Todos os dia era uns dos que segurava uma potencial e idêntica fonte de estrondos e manchas em frente a parede manchada. Nunca   era efetiva e nada afetiva fonte de estrondos ou das manchas, mas sempre estava lá pronta para cumprir com esta função no caso de um insubordinação tardia sob o reflexo condicionado de seu condicionado possuidor, metaforicamente, inclusive, cada vez mais surdo . Nunca o ensurdecedor dos estrondos o incomodava, e não poderiam incomodar aos outros, que ou estavam acostumados/ensurdecidos ou teriam motivos mais importantes para se preocuparem ou para não mais se preocuparem com nada.

Mas era preciso continuar correndo. Pela primeira vez era preciso correr. E era inútil. Outro teria que cumprir com a função principal dele, função que nunca antes precisara ser cumprida a não ser como hipótese sempre ordeiramete certeira, sempre em prontidão. Sempre ele e os outros. Mas sempre haveria substitutos. No agora e em todos os outros dias em que este trabalho continuasse, e continuava, a ser desempenhado pela subordinação absoluta de todos os participantes, a não ser por aquela única e não menos fatal exceção.