Seus dias
Seus dias passaram como noites
E sua luz confundia-se com os sonhos.
Amando os vis, ofendia os piores destes,
Que mal estar ocultavam risonhos
Mas nenhum rosto daqueles de antes,
De aleijados, cegos, surdos ou fanhos,
De almas e corpos cheios de outras pestes
Desprezaria semelhantes ganhos
Quem tudo ganhou achou que era pouco
Deixando aos desprezíveis a boa chance
De poder contar até ficar rouco
De quão tênue e sutil é a nuance
Entre o que quis poder rir como louco
E o que chorou dizendo-se: avance!
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