05 agosto, 2009

Seus dias













Seus dias passaram como noites

E sua luz confundia-se com os sonhos.

Amando os vis, ofendia os piores destes,

Que mal estar ocultavam risonhos


Mas nenhum rosto daqueles de antes,

De aleijados, cegos, surdos ou fanhos,

De almas e corpos cheios de outras pestes

Desprezaria semelhantes ganhos


Quem tudo ganhou achou que era pouco

Deixando aos desprezíveis a boa chance

De poder contar até ficar rouco


De quão tênue e sutil é a nuance

Entre o que quis poder rir como louco

E o que chorou dizendo-se: avance!